Helena
Petrovna Blavtsky nasceu em Ekaterinoslav, na Ucrânia, à zero hora de 30 para
31 de julho, a única noite em que, segundo uma crença popular russa, os espíritos
do mal não tem nenhum poder. Era de sangue real, e aparentada com as mais
nobres famílias da velha Rússia. Deixava todos esses privilégios, honrarias e
riquezas, puramente materiais, com o fim único de dedicar-se à verdadeira
felicidade humana, que é a da Iluminação pelos conhecimentos reais ou
divinos, ou melhor, que conduzem o homem à Meta desejada. Um dos efeitos mais
preciosos de sua missão, é o de impelir os homens a estudar e destruir neles
todo fanatismo. As qualidades de H.P.B. acham-se tão acima do nível ordinário,
que resultam completamente estranhas para a maioria das pessoas. Todos os que a
conheceram concordaram em que possuía extraordinário poder espiritual; que
gozava de incrível capacidade para realizar trabalhos intensos, e paciência
sobre-humana para levar a cabo seu ideal e o cumprimento da vontade do Mestre.
Possuía sinceridade sem limites, manifestada em toda a expressão de sua alma
ardente, na espontaneidade de suas cartas, como em cada detalhe de sua vida
cheia de sofrimento. Blavatsky foi sempre variável: diferente de quantos a
rodeavam, diferente dela mesma, diferente até o ponto de se ver nela
personalidade diversa, e algumas vezes opostas. Permaneceu sendo a Esfinge e
partiu levando consigo seu segredo, o que acontece com aqueles que passam pela
vida incompreendidos.
Helena foi uma dessas pessoas, em que uns nao vêem
senão a fraude e a impostura, enquanto outros descobrem o jogo de forças
raras. Desempenhou, na formação da Sociedade Teosófica, uma atividade a toda
prova. A Teosofia fez numerosos adeptos na América e na Índia; e dali se
espalhou pela Europa. Zelosamente guardados nos altares de certos templos, que são
centros de "iniciação", os ensinamentos místicos escritos na lingua
tibetana ou signos ideográficos, sao apresentados sob forma simbólica. Essas
sentencas indecifráveis para os não iniciados, tem uma origem pré-budismo, e
são a expressão das idéias orientais sobre os problemas da alma e do mundo.
Em suas peregrinações e visitas às escolas ocultistas da Índia, H.P.B.
aprendeu a decifrar esses livros sagrados. Retendo, de memória, algumas das
estancias ai contidas, as traduziu e compos um pequeno tratado, chamado "A
Voz do Silêncio", obra das mais admiráveis no gênero. É indiscutível
que a teoria da reencarnação fez mais amplo o campo do pensamento popular,
trazendo às especulacoes religiosas um auxílio nescessário. E isto e' um
grande passo, associado ao nome de Blavatsky. Ela e os que a seguem construiram
uma ponte sobre o abismo que ficava entre o materialismo do Ocidente e o
ocultismo e a metafísica do Oriente. Difundiram a fraternidade humana e nos
fizeram pensar na possibilidade, de uma religião universal com bases mais
amplas que os possibilidades reconciliadoras do Cristianismo sonham hoje.
Só vivia realmente à noite, quando abandonava
seu corpo para ir ao encontro dos Mestres. Ela disse que muita coisa que
escreveu lhe foi ditada enquanto dormia. Com efeito escreveu com correção em
latim, grego, hebraico, sânscrito, o que nem sequer podia ler em estado normal.
Aos dezoito anos, encontrou fisicamente seu Mestre, em Londres. o mesmo que ela
via a seu lado desde a infância como verdadeiro Anjo Protetor, e que a livrara
em vários momentos de grave perigo. Conheceu o Coronel Olcott em 1873, e com
ele fundou em Nova York em 1875, a Sociedade Teosofica. Blavatsky foi
universalmente mal compreendida. Ofuscando o mundo pela lei de sua doutrina que
a maioria não conseguiu alcançar, porque era completamente nova, a olharam com
receio, e os representantes da ignorância científica, saturados de vaidade,
chamaram-na "a maior impostora do século" porque suas mentes
estreitas nao puderam elevar-se à grandeza de seu espirito. Em 1877 publicou
"Isis sém Veu" que, como "A Doutrina Secreta" (Seu
"Magnus Opus", publicada em 1888), lhe foi em parte ditada, em parte
inspirada... O conteúdo dessas duas obras, principalmente a segunda, representa
a evolução passada, presente e futura da humanidade e que será, durante décadas,
o livro de texto do Ocultismo. Depois traduziu "A Voz do Silêncio",
escreveu a "Chave da Teosofia", "No País das Montanhas Azuis,
"Pelas Grutas e Selvas do Indostão", "Narrações
Ocultistas", "Glossário Teosofico", "Ocultismo
Pratico".
* Apesar de aparentemente não possuir nenhum vínculo com vampiros e /ou
vampirismo, Helena P. Blavatsky com certeza é uma referência teosófica, além
de ter disseminado, na Terra, uma linha de pensamento muito admirada pelas
pessoas e, paralelamente, pelos vampiros. Devido a isso, inclui aqui a sua
biografia.