O mito do homem imortal existe desde os primeiros
registros históricos da humanidade. Alguns dos livros mais antigos da
humanidade, como a Bíblia e as Mil e Uma Noites, que misturam registros verídicos
com ficção, citam personagem que viveram um existência incalculável.
Atravessaram séculos divulgando uma obra de caráter místico e acabaram se
tornando lendas de sabedoria. Muitos deles, com o pretexto de evocarem a Deus,
realizaram rituais de sangue com seres humanos. Mas é possível que a evocação
tivesse apenas caráter egoísta de prolongamento da própria vida através de
acordo com entidades malignas. Esses homens, tomados às vezes por profetas,
magos, poetas e sacerdotes, devem ter sidos os primeiros vampiros a traçarem
trilhas de sangue no planeta. Com o conhecimento acumulado por séculos de existência,
se escondiam facilmente atrás de uma notória sabedoria que lhes permitia
continuar a praticar os seus crimes sem desperta suspeitas. Foram eles que
disseminaram o culto da eternidade através de alianças místicas realizado com
o sangue de criminosos e inocentes. Quase todas as culturas da Terra tem alguma
lenda sobre seres meio humanos que prolongam a vida carnal se alimentando de
sangue.
O que existe na verdade é uma confraria secular
desses seres que se espalham pelos quatro cantos do mundo, contaminando outros
escolhidos com a sede maldita, para que um dia pudessem chegar a ter o poder
total sobre os destinos humanos. Por isso, as lendas sobre vampiros nos são
contadas das mais diversas maneiras. No Egito Antigo, o sangue era derramado e
bebido por sacerdotes de Set. A Bíblia também relata sacrifícios de sangue,
atribuindo-os às vezes à vontade divina. Entre os incas, essa também era uma
prática comum nas noites de solístico de inverno. Mas os registros históricos
mais recentes, depois da moralização cristã do mundo, falam de vampiros que
existiram entre criminosos e hereges que, mesmo depois de enforcados, voltavam
de suas tumbas para beberem o sangue dos incautos que se aventuravam pelos
caminhos obscuros da vida.
A imagem de vampiros habitando velhos cemitérios
abandonados nos foi legada na Idade Média, quando esses seres temiam seres
enforcados pela Santa Inquisição e queimados na fogueira. A espécie não foi
extinta porque é provável que muitos deles se escondessem atrás da própria
Igreja, assumindo o lugar de padres, bispos e até Papa. A afirmação pode
parecer absurda tomando-se em conta que os vampiros temem os símbolos sagrados.
A verdade é que apenas os vampiros do ramo fariseu e aqueles que foram
contaminados por acaso( que são a maioria ) temem a força dos objetos
consagrados a Deus. O ramo conhecido como o dos Homens que Não Devem Morrer é
bastante esclarecido e possui um poder tão grande que os deixa livre de
qualquer influência mística desses símbolos. No entanto, vale dizer que uma
grande parte desse ramo é constituída por vampiros que tem feito mas bem do
que mal à humanidade. Isso porque Os Homens que Não Devem Morrer se originaram
em rituais esotéricos que captam a bipolaridade das energias da natureza e com
ela são capazes de se preservarem corporalmente ( apesar de não terem a
juventude física ) e seguirem os seus caminhos, livres das influências
malignas concentradas dos demônios.
Como é possível notar, existem vampiros de
diferentes espécies. Alguns trilham apenas caminhos sanguninários e não
deixam nada de positivo para a humanidade, enquanto outras se utilizam da longa
existência para ensinar novas alternativas de existência e conhecimento para a
cultura humana. O importante é saber que todos são feitos das trevas, e trevas
não passam de luz condensada, ou seja, é tudo uma ilusão do poder de destruição
e criação.Os Vampiros são uma raça de seres inconformados com a morte. O
sentimento deles em relação ao fim da matéria orgânica é tão forte que
acaba por criar um novo metabolismo corporal através de evocações místicas.
É essa transformação que torna os vampiros imortais. No entanto, para chegar
à imortalidade, é necessário morrer para depois assumir a forma de nosferatu(
morto-vivo ). Contaminado pelo víruso do vampyr, o iniciado terá diversas opções
para seguir o seu culto, sendo que a maioria delas pode acarretar muito
sofrimento e solidão. A eternidade plena só é conseguida com muita sabedoria,
e quase sempre através de um processo espiritual, e não corporal. Por isso,
muitos que conseguiram a preservação da matéria corpórea dos ritos
vampirescos acabaram encontrando um vazio inexpurgável. Estes enlouqueceram e
conheceram horrores capazem de gelarem a alma. A solidão fortalece quando é
controlada. É como as drogas que abrem canais de percepção para se penetrar
por novas portas, mas, quando se tornam a razão da vida, são a morte sem fim.
Nesse sentido, vale criar as palavras do mestre
Giacomo, que define a morte sem fim como um dos piores tormentos que um humano
ou ex-humano pode conhecer.
" Quem persegue os tênues fios da imortalidade tem que estar
consciente dos motivos e propósitos da procura. Se for pura vaidade o preço
será muito alto."